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Laranjas, Esmaltes X Futebol e Minha Primeira Mão


Depois de algumas semanas com feriados prolongados, estou aqui de volta para contar um pouco mais da minha experiência como aprendiz desta profissão que a cada dia mais estou pegando gosto da coisa. Manicure.

Algumas coisas aconteceram neste intervalo da última postagem até agora, na quais irei contar e tentar ser o mais detalhista possível, já que detalhes não são muito o meu forte.

Laranjas

Após a última aula teórica sobre o uso do esterilizador e autoclave,  começaríamos a tão esperada aula prática. Mas ainda não seria em mãos humanas. A professora pediu que, para aquela aula tão ansiosamente aguardada por muitos, principalmente por mim, trouxessemos uma laranja. Sim, uma laranja.

O exercício seria simples, pelo menos parecia ser simples até começarmos. Descascar a laranja com o alicate de cutícula, sem "machucar" a fruta. Minha primeira dificuldade foi: Como segurar a porra do alicate de cúticula? Após uns minutos observando as colegas da classe qua demonstravam uma certa habilidade no manuseio da ferramenta e depois da professora mostrar de perto e com exclusividade somente para mim como se fazia, peguei o jeito. Então comecei a descascar a laranja da maneira como devia ser feita,  confesso que depois que aprendi foi tranquilo, o problema é que a laranja não acabava nunca, se passara uma hora e não havia nem chegado na metade...

A aula acabou. E como "lição de casa", ficou descascar mais uma laranja inteira, fotografar e postar a foto no grupo do whatsaap. E como podem ver nas fotos abaixo o trabalho foi concluído com sucesso em "apenas" três horas e meia. 




Esmaltes e Futebol

A aula seguinte ao descascar da laranja, seria então a aula prática com a colega de classe. Para isso precisaria comprar o material básico para a aula. Nunca havia entrado em uma loja de cosméticos em minha vida, seria mais uma novidade. 

Quando cheguei em frente da loja, de longe, pude observar que só havia mulheres lá dentro, exceto alguns vendedores. A primeira coisa que me veio a cabeça foi o maldito preconceito. "O que as pessoas vão pensar de mim ao me ver comprar esmaltes e etc.?" pensei. Mas logo afastei esse pensamento da minha mente. Como poderia ter preconceito da minha propria futura profissão? Entrei na loja, com a lista de produtos na mão, comecei a procurar nas prateleiras ainda um pouco tenso. Não fazia a mínima ideia do que era uma base ou um óleo secante, parece estupido o que vou dizer, mas para mim era tudo igual. Desisti de procurar sozinho, e humildemente pedi ajuda a vendedora. Ela me deu um cestinho rosa - porque tudo nesses lugares tem que ser rosa ou lilás? (Se você estiver lendo isso for um homem, lilás é um roxo claro). Se algum dia tiver uma loja de cosméticos farei as cestas com cores neutras.

A vendedora, uma moça muito prestativa, em cinco minutos me ajudou com tudo aquilo que precisava. 

Até que chegou o momento dos esmaltes, a parte mais legal, a vontade era de comprar todos. Como  acho lindo as cores, e o mais interessante das cores, são os nomes dado a elas, insanamente criativos. 
Eu tenho uma preferencia por vermelhos escuros, são chamativos e sensuais, tomei cuidado em não pegar apenas os vermelhos, então peguei um rosinha que se chama Pétala, um azul - Antenada (?), um nude (que na verdade é um bege ou cor de pele), um vermelho que deveria chamar vermelho mesmo, mas chama-se Gabriele,  um Cereja e um Noite de Gala. 

Sai da loja satisfeito e muito ansioso pra começar logo a aula prática, mais uma etapa vencida, mais um preconceito que morria ali naquele momento, graças a Deus. 

Cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi ver os esmaltes, como estava sozinho, peguei o disco de unhas plásticas e comecei a esmalta-los, o problema é que eu não sabia como fazer. Sabia que tinha que usar base, mas não sabia se usava antes ou depois de esmaltar, e aqueles outros produtos? Óleo secante, roxinho... nem imaginava em que momento usava isso, mas mesmo assim arrisquei, me senti uma criança com seu livro de colorir, fui pintando as unhas do disco, várias experiências, base antes do esmalte, base depois do esmalte, base e roxinho, oleo secante e esmalte, foi uma bagunça bem divertida, enquanto fazia tudo isso assistia a um jogo de futebol. 

Esmaltes e futebol, quem diria que seria uma combinação perfeita?

Parte do material básico.

Minhas primeiras "unhas" pintadas. Desastre

Futebol na TV e esmalte.


Primeira Mão da Vida

Então chegou o grande dia, a minha primeira aula prática em uma mão, sim, uma mão humana, uma mão de verdade. Estava bem ansioso para começar logo.

Então começou o primeiro problema, as luvas de latex que comprei eram pequenas demais, não entraram na minha mão. Portanto, se você quiser uma caixa de luvas PP nova me mande uma mensagem nos comentários.

Como aquele era o primeiro dia, foi permitido fazer sem luvas mesmo, eu apenas com uma tôca descartavel e máscara, devia ter tirado uma foto, mas acabei esquecendo, pois a professoa naquele momento passava informações de como proceder com a ficha de anamenésia. 

Mesa arrumada, "cliente" sentada na minha frente, tudo bonito, tudo bacana, mas e agora o que eu faço? 

Primeiro tire o esmalte da cliente, falou a professora. Olhei para as mãos da minha colega, não estava esmaltada, um trabalho a menos, pensei.

Lixe as unhas da cliente, disse . As unhas dela eram curtissimas, pois ela trabalha com alimentos. Nossa vou lixar o que? - pensei.  

Passei a lixa, molhei os dedos, passei o creme e coloquei o algodão sobre as suas unhas. Até aí tudo fácil, tudo maravilhoso. Então chegou a hora de tirar a cutícula, a professora chegou a o meu lado, pegou a mão da minha colega de classe e começou a tirar a cutícula numa habilidade, que parecia facil, só parecia. A hora que chegou a minha vez de fazer, olhava para os dedos e não sabia diferenciar o que era pele e o que era carne, e foi ai que escutei o primeiro "ai", o primeiro de muitos, que se seguiriam naquela noite, coitada da minha colega três horas de tortura...
Chegou um momeno em que ela quase desistiu, e com razão, eu sempre acabava beliscando ela com o alicate. Comecei a ficar tenso, a laranja foi tão fácil, eu pensava. Então resolvi apenas tirar a parte de cima da cuticula, afim de machucar menos a minha colega. Que sufoco. Por fim nos dois últimos dedos peguei o jeito e não a machuquei mais. Graças a Deus.

E por fim, veio a melhor parte, a esmaltação. Usei o esmalte Pétala, que é um rosa bem clarinho, quase invisível. A minha cliente gostou do trabalho, quero dizer, pelo menos da esmaltação... Pena que acabei esquecendo de tirar uma foto.

Conclusão: Adorei fazer isso, foi tenso, tenho que praticar muito e muito pra fazer o meu melhor, mas eu chego lá. 

E ai? Alguém quer ser a minha próxima cliente?







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